sábado, 22 de setembro de 2012

Especialidade de Plantas silvestres comestíveis


            Pernambuco, do Sertão até o litoral é rico em plantas silvestres comestíveis, mas como nosso foco é nas regiões agreste e sertão, vamos explorar mais o que é possível encontrar, nestas regiões, de alimento humano e que seja confiável, mas também vamos aprender a evitar aqueles que não servem de alimento e aqueles que são tóxicos e venenosos.
           Em primeiro lugar gostaria de dizer que é necessário conhecer a flora da região que vai servir de escola, jamais  se deve usar como alimento aquilo que não se tem conhecimento, pois você poderá estar ingerindo algo que pode colocar sua vida em risco. 
           Aprenda com as pessoas da região sobre que tipo de vegetação serve de alimento, se por alguma razão isso não for possível observe o que os animais e pássaros comem, pois estes mesmos alimentos servirão para você também. Como no agreste a densidade demográfica é maior, é menos provável alguém se perder, mas na caatinga é diferente, a região é vasta e se um indivíduo não conhece bem a região não é bom se aventurar, pois até pessoas experientes da localidade às vezes se perdem ao campear gado por exemplo. Se numa situação dessas o indivíduo não conhece nada sobre o alimento silvestre poderá não sobreviver num ambiente desses.


O QUE É UMA PLANTA SILVESTRE -  segundo o dicionário Aurélio são plantas que ocorrem espontaneamente sem necessidade de cultura, ou seja, selvagem. Coloco essa observação porque já presenciei instrutores ministrando aulas em que  eram citadas plantas que não eram silvestres.


1. ARAÇÁ (Psidium araca Raddi)
O araçazeiro é uma pequena árvore, semelhante a goiabeira , de tronco lisa e cascas que se desprendem do caule em forma de placas. Seu fruto também tem semelhança com a goiaba, na forma externa, interna e no sabor, no entanto é menor e o sabor e mais forte.
Em Pernambuco podemos encontrá-la com mais facilidade na região agreste e principalmente na mata.
Araçá - gustavoarruda.xpg.com.br

Do araçá pode se fazer um delicioso suco, comer sua poupa, preparar doces, sorvetes. Assim como a goiabeira, as folhas do araçá são usadas como remédio caseiro como antidiarreico e diurético em forma de chá.
Quanto ao aspecto nutritivo, o araçá possui vitamina A, B, C, além de altas taxas de proteína e carboidratos. A espécie apresenta potencial para conquistar um lugar de destaque no mercado nacional e internacional, principalmente como refresco natural, podendo ainda ser comercializada como polpa congelada ou suco engarrafado.
www.geocities.com

2. BELDROEGA (Portulaca oleracea L.)
Cresci vendo essas plantinhas aos arredores da nossa antiga fazenda, lembro-me que os animais como bovinos, caprinos, suínos e até as galinhas comiam desta ervinha rasteira de folhas carnudas e de um verde escuro que nascia em abundância logo após as chuvas. Naquela época não se comia esse tipo de vegetal se não houvesse grande necessidade, coisa que nunca aconteceu. Hoje se sabe que essa erva desprezada por muitos é saborosa, saudável e nada custa, podendo ser preparada em forma de salada,  cozida ao fogo e refogada.
As partes da planta que podem ser usada são o caule e as folha. Ela é encontrada com facilidade em terrenos baldios quintais, terreiros do sítio ou da fazenda ou em qualquer área rural.  
Beldroegahttp://arpose.blogspot.com.br

Propriedades terapêuticas
Diurética, laxante, vermífuga, antiescorbútica, sudorífera, colerética, depurativa, emoliente, anti-inflamatória, antipirética e antibacteriana.
Princípios ativos
Ácido oxálico, sais de potássio (nitrato, cloreto e sulfato) ( 1% na planta fresca e 70% na planta seca), derivados da catecolamina (noradrenalina, DOPA e dopamina, em altas concentrações), ômega 3.
Indicações terapêuticas
Depurativa do sangue, disenteria, enterite aguda, mastite, hemorróidas, cistite, hemoptise, cólicas renais, queimaduras, úlceras, inflamação dos olhos,

3. BREDO (Amaranthus hypochondriacus)
Assim como a beldroega, o bredo nasce aos arredores dos terreiros, terrenos baldios e em qualquer área rural, não é rasteira. Essa erva pode crescer até pouco mais de um metro e coloca uns pendões que a identificam com facilidade. Além de ser um ótimo e nutritivo alimento, o bredo tem propriedades medicinais, é adstringente, anti-séptico, demulcente, diurético, regulador menstrual, tônico e vulnerário. Sendo ainda indicado na diarréia, disenteria, menorragia, gengivites, amidalites, corrimento vaginal, ferimento, hemorragia nasal, nos intestinos e leucorreia.
Bredo

Suas folhas e parte do caule se não estiver já um pouco lenhoso, podem ser preparadas ao fogo ou refogadas e tem um sabor delicioso.
A presença do bredo é a certeza de que o solo é fértil. O bredo atua como regulador hormonal, antioxidante, antimicrobiano, anti-infeccioso, constipação intestinal, proteje o sistema cardio vascular, o fígado e ajuda no combate a hanseníase.
Parte utilizada: folhas e caule e sementes.


4. DENTE DE LEÃO  (Taraxacum officinalis) –
É uma erva de pequeno porte, anualmente se multiplica no período de inverno, é facilmente reconhecida por suas folhas verdes claras que lembram as presas de um leão e sua flor amarela. Outra característica do dente de leão é a estrutura das sementes que se propagam através do vento, basta uma leve brisa e elas se espalham pelo ar.


O dente de leão é considerado erva daninha pois se desenvolvem em qualquer terreno e jardins. Suas folhas são de sabor amargo, mas são ricas em minerais (principalmente potássio, ferro, silício, magnésio, manganês, cobre, fósforo e zinco), ácidos graxos (oléico, linolênico, linoléico, palmítico), resinas, vitaminas (A,B,C,D).
 No sistema digestório, age como hepatoprotetora, colagoga (aumenta a secreção biliar em até 40%), tratamento das vias biliares, calculose biliar (preventivo e curativo), muito empregada nas hepatites, corrige a hipoacidez gástrica, aftose de repetição, antidiarréica (principalmente nas diarréias agudas infecciosas ou por intolerância a alimentos gordurosos), favorece a eliminação de catabólitos via biliar e por isso considerado um depurativo biliar, discinesia biliar (vesícula preguiçosa), anorexia por atonia digestiva, quadro de cólon irritável e retocolites (alivia a dor, a diarréia e a obstipação).
Em dermatoses em geral, como furunculoses, abcessos, erisipela, urticária, psoríase, eczemas crônicos, celulite. Nestes casos pode ser utilizada interna ou externamente. A seiva leitosa serve para casos de verrugas e calosidades. Fortalece o tecido conjuntivo de sustentação e pode ser indicado em casos de artrites reumatoides.
Possui ação diurética, preservando o equilíbrio eletrolítico, garantindo a reposição do potássio. Coadjuvante no tratamento das patologias urinárias e tumores da bexiga. Também age como hipoglicemiante no diabete, coadjuvante no tratamento da obesidade, aumenta a excreção e metabolização de ácido úrico e uréia, auxiliar nas dislipidemias (colesterol elevado). Aumenta a produção de leite materno. De forma geral age como desintoxicante, mineralizante, antioxidante, moderada ação antiinflamatória, ação antiviral suave, bactericida (conjuntivites, cistites) e antianêmico.
Aqui no Brasil não cultivamos o dente de leão, mas desde os tempos antigos ela já era utilizada tanto no Egito quanto pelos Hebreus que a usavam nas suas festas de páscoa como símbolo de suas vida amarga pelo deserto. Toda planta pode ser utilizada.


5. TAIOBA (Colocasia antiquorum)
A taioba é uma planta de folhas grandes que se parece bastante com o inhame, até mesmo causando certa confusão, além de serem da mesma família e pode atingir até dois metros de altura. É originária de climas tropicais, adaptando-se bem à maior parte do clima encontrado no Brasil.
Em sua composição, encontramos cálcio, fósforo, ferro, proteínas, uma grande quantidade de vitamina A, vitaminas B1, B2 e C. Tanto o talo quanto as folhas apresentam os mesmos elementos, apenas em proporções diferentes. Nas folhas, encontramos mais ferro e mais vitamina A. O valor energético para cada 100g de talo é de 24 calorias, enquanto que, nas folhas, temos 31 calorias para as mesmas 100g.
Taioba

As pesquisas já comprovaram que a folha tem mais vitamina A do que a cenoura, o brócolis ou o espinafre. Por ser rica em vitamina A e amido, é um alimento fundamental para as crianças, idosos, atletas, grávidas e mulheres que amamentam.

Aqui em Pernambuco a encontramos de forma mais abundante na zona da mata e mais dificilmente no agreste, atualmente ela não é mais cultivada, nós desprezamos este valoroso alimento . A taioba é uma planta totalmente comestível, seu aproveitamento é maior do que o do inhame. Podemos ingerir o tubérculo, as folhas e as hastes. É mais comum o seu consumo refogada e como acompanhamento de pratos proteicos. No nordeste é muito comum o uso de taioba em omeletes, lasanhas e risotos.
 

 Redação RuralNews - data: 29/11/2011

6. Melão-de-são-caetano (Momordica charantia L.) -  
"É uma espécie vegetal silvestre comumente encontrada em áreas urbanas e rurais, sendo conhecida e utilizada por suas propriedades medicinais (Ribeiro, 2003, Giron et al., 1991; Lans e Brown, 1998)".

Esse cipó herbáceo é facilmente encontrado em cercas e terrenos baldios . Seu fruto maduro tem casca amarela e sementes vermelhas com espinhos moles que  se abre espontaneamente em 3 partes, essas sementes  são comestíveis e de sabor doce suave, crianças e adultos apreciam muito em nossa região como alimento e como remédio caseiroO fruto é rico em vitaminas A, B1, B2 e a vitamina-C, segundo (Yuwai et al., 1991). 

Vejam estas citações:

"Recentemente, muitos fitoquímicos foram identificados e demonstrados clinicamente, apresentando várias atividades medicinais tais como antibiótico, antimutagênico, antioxidante, antileucêmico, antiviral, anti-diabético, antitumor, aperitivo, afrodisíaco, adstringente, carminativo, citotoxico, depurativo, hipotensivo, hipoglicêmico, imuno-modulador, inseticida, lactagogo, laxativo, purgativo, refrigerante, estomáquico, tônico, vermífugo (Assubaie, 2004)."

"É usado topicamente para o tratamento de feridas, e internamente, assim como externamente para a eliminação de parasitas. É usado também como o emenagogo, antiviral para o sarampo e a hepatite. Na medicina popular turca, os frutos maduros são usados externamente para cicatrização rápida das feridas e internamente para o tratamento de ulceras pépticas (Grover, 2004)."

Protege os glomérulos dos efeitos prejudiciais da diabetes e
        impede o aumento do volume da urina, a excreção de albumina na urina e a hipertrofia renal, causa também uma
         redução na taxa de glicose no plasma. Exerce um efeito hipoglicémico, mesmo quando a maior parte das células 
         beta foram destruídas. 
         Estimula a produção de células beta, melhorando a capacidade natural do organismo de produzir insulina 


7. Umbuzeiro ou imbuzeiro 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Especialidade de cactos


                                                   Corôa de frade (Foto: Mércio Ferreira)
     Cactos são plantas suculentas da família da cactáceas e podem ser encontradas em torno de  1.400 espécies em  toda América principalmente nas regiões áridas, mas também são encontradas nas regiões de mata que é um ambiente úmido e até em regiões geladas como nos Andes. 
     Citaremos aqui juntamente com suas fotos as principais espécies encontradas em Pernambuco, do sertão ao litoral. Sendo que no sertão por ser uma região árida, as cactáceas ocorrem com mais frequência. 
     Não vou adentrar no assunto de forma detalhada, mas vou procurar ser claro, conciso, com uma linguagem acessível e com um volume satisfatório para o cumprimento da especialidade.
     Todas as respostas da especialidade estão embutidas no assunto, basta ler com atenção.
     
     A primeira questão da especialidade pede as principais características dos cactos, podemos dizer que essas características ocorrem na maioria de todas as espécies.      
     A característica mais comum é a presença de espinhos e água que ocorre em mais de 90% das espécies. Essas suculentas são organismos xerófilos, ou seja, foram projetados para sobreviver em situações onde a presença de água ou umidade é baixa. 

Coroa de frade
Foto; Mércio Ferreira
Todos os cactos floram entre o final do inverno, durante toda a primavera e o começo do verão, suas flores são incrivelmente lindas, mesmo que ocorra em locais muito quentes onde poucas espécies conseguem sobreviver. Esta foto a esquerda é um exemplo de como estas suculentas podem sobreviver  em locais incrivelmente secos e impróprios à vida. 








    

 O segundo quesito da especialidade pede três utilidades dos cactos. Não é difícil encontrar mais de três utilidades destas plantas maravilhosas. Aqui em Pernambuco e certamente em grande parte do Nordeste usamos muito como alimento para o gado, especialmente os bovinos em tempos de seca. Fazendeiros do agreste e principalmente do sertão, cultivam a palma para alimentar seu gado e até comercializar com outros criadores de gado que não cultivam  esse cacto. Mas não é só aos animais que os cactos servem de alimento, os humanos também se servem do cacto como alimento, seja seu fruto (mandacaru, palma, quipá, xique-xique, etc.), doce de cactos como o facheiro e xique-xique é uma delícia que vale à pena experimentar, em outros casos come-se cosido e temperado. Além disso, os cactos são usados como remédio caseiro, o chá do mandacaru e da raiz palmatória são muito usados em nossa região para combater os sintomas de virose, infecções e em outras regiões usam seu chá para auxiliar no emagrecimento. 
           Todos os cactos têm uma beleza singular, por isso são muito usados em jardins, como ornamento no interior das casas e por colecionadores. 
           Há ainda cactos que fornece água para aliviar a sede. Já ouvi pessoas leigas no assunto dizerem que é um mito que se pode extrair água de cactos para aliviar a sede, realmente, se não souber como fazer, nem em qual cacto fazer o procedimento. Quando ministro aulas aos meus desbravadores, liderança ou excursionistas, retiro água na frente deles e ingerimos a água que é totalmente aceitável ao paladar. Na próxima excursão ensino a vocês.
           Cerca de 10% de todas as espécies, são cactos epífitos, ou seja, vivem sobre as árvores, e em regiões úmidas, mas não são parasitas e o gênero mais abundante é o Rhipsalis mais comum na mata atlântica e o Brasil é o lugar onde eles são mais encontrados.

           Aqui em Pernambuco há uma grande variedade de família de cactos e em cada zona ocorrem gêneros diferentes, mas também ocorre de um gênero ser encontrado nas 3 zonas (sertão, agreste e mata). As mais conhecidas são:

           1. Mandacaru (Cereus Jamacaru) - cacto muito comum do sertão ao agreste e parte da mata, eu pessoalmente  contemplei mandacarus muito antigos mas não ultrapassavam os 6 m de altura embora que seu tronco tenha mais de 1 m de diâmetro, no topo da serra preta, zona rural de Floresta. O mandacaru é muito útil na alimentação animal e seu tronco seco serve de madeira para cobertura de casas. Seu fruto é saboroso e serve de alimento para pássaros e até para seres humanos. Já tive o privilégio de coletar alguns espinhos de 19 cm de um mandacaru os maiores que já vi.


Mandacaru (cereus jamacaru)
Foto: Mércio Ferreira.
           2. Xique-xique ou alastrado (Pilosocereus Gounellei) - outro cacto típico da caatinga pouco encontrado no agreste, sua altura não ultrapassa os 4 metros, tem espinhos rígidos e pontiagudos. É conhecido também por alastrado, pois seus galhos se  alastram e não se desenvolvem em forma de candelabro como o mandacaru e o facheiro. Seu fruto também é delicioso e além de ser apreciado pelos nordestinos ele serve de alimento a diversos tipos de animais silvestres e pássaros. Quero ressaltar que muita gente confunde o xique-xique com o facheiro e na prática de algumas especialidades identificam o facheiro como o xique-xique, veja a diferença nas fotos.      
    Xique-xique (pilosocereus gounellei)
    Foto: Jair Ferraz
               3. Facheiro (Pilosocereus Sp.)  mais comum no agreste (Pilosocereus Pachycladus) mais comum no sertão - esta espécie de cacto pode atingir os 10 m de altura, tem fruto saboroso e a lenha do seu tronco fornece uma madeira leve e suas raízes são úteis na fabricação de colheres de pau e outros artefatos que pedem madeira leve e fácil de manusear. À distancia nota-se uma certa semelhança com o mandacaru, mas o facheiro é mais ramificado e suas ramificações são mais finas.

    Facheiro (Pilosocereus Pachycladus) sertão
    Foto: Nilton de Brito Cavalcanti


    Facheiro (Pilosocereus sp.) agreste
    Foto: Mércio Ferreira

               4. Palmatória (opuntia palmadora ou tacinga palmadora) - esta espécie ocorre com frequência no sertão e muito raramente no agreste. Este cacto tem espinhos retos mas não são rígidos, flores vermelhas. A raiz deste cacto de odor peculiar é usada como remédio caseiro no combate aos males da próstata e infecções do sistema urinário. Em tempos de seca os sertanejos queimam seus espinhos e dar para o gado comer.



      Palmatória (opuntia palmadora)
      Foto: Dilson Santos

               5. Cabeça de frade ou corôa de frade (Melocactus Zehntneri) - Este cacto ocorre com muita frequência em Pernambuco tem formato globular e tem uma "coroa" na parte superior da planta, por onde saem as flores geralmente de cor rosa vivo e os frutos de sabor agradável com a mesma cor como se ver na foto.  O doce, a cocada e olicor desse cacto são de sabor exuberante, mas seus frutinhos também são comestíveis e ainda pode fazer um suco delicioso com eles





      Coroa de frade
      Foto; Mércio Ferreira



               6. Quipá (Opuntia Inamoema ou Tacinga Inamoema) - é um cacto rasteiro com folhas semelhantes às de uma palma, tem flores vermelhas com detalhes alaranjados, pelos que ao tocar na pele são bem incômodos e saem com melosa (planta encontrada na caatinga que tem folhas que grudam nos pelos da quipá e os retira mais facilmente. Seu pequeno fruto é demais delicioso, mas tem que queimar os pelos antes de consumir seu fruto. 

    Quipá (Opuntia Inamoema ou Tacinga Inamoema)
    Foto: João Marcos 

             7. Rabo de raposa  (Harrisia adscendens) (Gürke) Britton e Rose, 1920)- quando adulto, esse cacto fica todo emaranhado, não ocorre com muita frequência no sertão, mas também não é tao difícil de encontrá-lo. Essa cactácea cresce e se prostra devido ao grande tamanho de suas ramificações, é encontrada em todo sertão do pajeú e antigamente os sertanejos usavam para fazer gaiolas e cabo de cachimbo e no tratamento de dores de dente ou infecções na boca em geral e dores na coluna.
    Rabo de raposa (Harrisia adscendens) 
    foto:ermanatureza.blogspot.com.br

    8. Rhipsalis - Não estou certo do gênero que temos aqui no município de Cupira, agreste de Pernambuco, ele se encontra apenas em um único lugar, na serra do cruzeiro. É uma planta epífita e são pouquíssimos exemplares e acredito que sua ocorrência nesse município é totalmente desconhecida pelos biólogos.


    BREVE FOTOS


    9. pilosocereus piauiensis Esse já o nome científico que ocorre de forma eu diria rara em Pernambuco, encontramos vários  na serra do pipipã reconheci por sua principal característica que são seus espinhos dourados e finíssimos que se atear fogo eles queimam como palha seca, há muita semelhança com ou facheiros, mas sua ramificação é mais finas e os espinhos muito próximos em relação aos outros facheiros.            

      BREVE FOTOS

               10. Cereus hildmannianus - este cacto é na realidade um mandacaru desprovido de espinhos e com um caule menor, e seu tamanho pode chegar até 5 m apenas. Não é muito comum em nossa região, senão em jardins ou praças. A foto que postarei a seguir foi tirada na praça do Rosário em Caruaru. 

    BREVE FOTOS


    11. Cornegia giganteaCactos podem viver até 200 anos e alcançar 20 metros de altura (como o saguaro, originário dos EUA e México). Esta espécie não ocorre no Brasil, mas por ser muito conhecido pode ser introduzido na especialidade, inclusive muitos slogans de empresas ou divulgações usam um cacto como simbolo representando o agreste ou o sertão, dizendo ser este um mandacaru, quando na realidade a forma, o desenho mostra que se trata de um saguaro.









    MORFOLOGIA DOS CACTOS

    RAÍZES - As funções das raízes, assim como em todos os vegetais, é extrair nutrientes e fixar a planta ao solo ou em qualquer outro lugar, árvores por exemplo quando são epífitos. As raízes dos cactos são superficiais e foram projetadas para outra função que é extrair grande quantidade de água das chuvas, já que no seu habitat ocorre poucas chuvas.

    CAULE - Têm diversos formatos, poder ser cilíndricos ou colunares, globosos, achatados, arbóreos e até rasteiros. Quando são providos de espinhos e carnosos são chamados de cladódios; quando são finos e sem espinhos são chamados filocládios.  
    As principais funções do caule são:

    • Armazenar água;
    • Sustentação da planta;
    • Realização da fotossíntese, isso ocorre devido a ausência de folhas na maioria dos cactos, então eles usam a poupa do caule para este fim também.

    ESPINHOS  E FOLHAS - Essas estruturas espinhosas são a característica principal dos cactos, na verdade elas desempenham parcialmente o papel das folhas, a maioria dos cactos não tem folhas e isso evita que eles transpirem mais e percam água. Os espinho dos cactos, diferente das folhas, não respiram nem realizam a fotossíntese, os estômatos (canais entre as células que permitem a entrada de ar) que estão no caule é que fazem isso, e à noite. As espécies que tem folhas, respiram normalmente como qualquer outro vegetal.
    FLORES - todos os cactos florescem, uns com alguns meses vida, outros depois dos 80 anos de vida, isso mesmo, pois algumas espécies podem viver até os 200 anos e nos desertos, e tem gente que ainda reclama da vida. Geralmente as flores dos cactos são isoladas, belas, coloridas, hermafroditas e permanecem abertas durante o dia ou a noite. As flores são polinizadas pelos insetos, pássaros e pequenos morcegos.



    Flor da palmatória.
    Foto: Marília Riul. 
    ARÉOLAS -  são estruturas por onde saem os espinhos e as flores. Também nas aréolas podem haver estruturas  com pelos brancos, cinza ou dourados que estão ali com a finalidade de proteger a entrada dos estômatos e da flor.



    FRUTOS - são em geral  carnosos, alguns grandes e outros são comestíveis e de um sabor peculiar, posso afirmar, pois já provei de vários. 


    FRUTO DO MANDACARU

    http://www.jardimdeflores.com.br/CURIOSIDADES/curiosi1.html#topo1
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Cactaceae
    http://www.cactoslucia.com.br/cultivo/cactos/surgimento%20e%20significado.pdf





    sexta-feira, 24 de agosto de 2012

    Desbravando Tudo

    ****Olá, sou Mércio F. Silva membro da IASD de Cupira desde o ano de 1986, Desbravador desde 1995, Líder investido desde 1998, bacharel em enfermagem, casado e pai de 3 desbravadores e uma linda menina, estou com esse blogger para dividirmos conhecimentos em especialidades de desbravadores e conhecimentos em geral.
    PROPRIETÁRIO DO BLOGGER

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    ****Olá, sou Tércio Ferreira da Silva (filho de Mércio) membro da IASD de Cupira desde berço (1994), Desbravador desde 2005, Estudante de enfermagem, e Tec. em Herpertologia, casado. E nosso objetivo é passar informação, instrução, diversão e adrenalina. Fica ligado em nossas redes sociais, e VAMOS NESSA!
    ADMINISTRADOR DO BLOGGER

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    **** (Junior) Falta descrever...